O lúpus como uma doença crônica de origem autoimune e que atinge em sua maioria mulheres em idade fértil pode ser extremamente desafiador. Mudanças físicas e emocionais podem afetar não só quem possui o diagnóstico como toda rede de apoio desta pessoa. A psicoterapia voltada para pessoas com lúpus pode ajudar você e sua família a terem uma vida significativa e mais adaptada.
O diagnóstico de lúpus não é o fim da sua vida
Me chamo Fabiana Bezerra, sou psicóloga e convivo com lúpus há 22 anos.
Desde que me formei em psicologia ajudo pessoas com lúpus a ressignificarem a experiência do adoecimento de maneira que elas consigam lidar com o lúpus tendo qualidade de vida e acreditando nelas mesmas através de uma psicologia baseada em evidências científicas.
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Dúvidas sobre o Lúpus
- O que é Lúpus?
- Como a família pode ajudar no tratamento do Lúpus?
- Quais cuidados uma pessoa com Lúpus deve ter?
- Como conseguir descansar ao invés de desistir?
- Sabia que a vida não acaba quando se descobre?
É uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune. Existe uma falha no sistema imunológico que deveria só proteger o corpo e por causa dessa falha acaba "atacando" o próprio corpo, causando várias lesões.
Quem tem lúpus?
Pessoas de qualquer idade, sexo e raça. Mas as mulheres na idade fértil são mais acometidas.
O que causa o Lúpus?
Não sabemos ainda mas fatores genéticos, ambientais, hormonais, podem estar envolvidos no mecanismo da doença.
Quais os sintomas?
Os sintomas e a intensidade variam muito de pessoa para pessoa. Mas podemos citar: desânimo, emagrecimento, perda de apetite, alterações renais pulmonares lesões na pele dores nas articulações queda de cabelo e etc.
Como é feito o diagnóstico?
Através do reconhecimento pelo médico de um ou mais sintomas. Alterações em exames de sangue e urina podem ser utilizados para fechamento do diagnóstico.Receber o diagnóstico de lúpus é super impactante. Na hora que a gente ouve a frase “é lúpus!”, o mundo desaba. Há quem fique aliviada por finalmente descobrir a resposta para tantos sintomas, tem pessoas que ficam anestesiadas ou por não fazerem a mínima ideia do que é a doença ou por simplesmente não acreditarem no que estão ouvindo.
São várias as reações e todas elas são legítimas. Ou seja, você tem o direito de sentir tudo isso.
O certo é que precisamos acolher todos os sentimentos e sensações. Adoecer pode trazer vários impactos emocionais, sociais, financeiros e a gente precisa cuidar disso e estarmos abertas para sermos cuidadas também.
Não vai adiantar tomar tantas medicações, realizar vários exames e consultas, se não dermos atenção a nossa saúde mental. Cuidar das nossas emoções nos fará ter mais esperança de que dias melhores estão por vir e que mesmo nos dias difíceis de choro e solidão, haverá a expectativa de um novo amanhã! 🌷🦋
Para você que ainda não sabe, o lúpus é uma doença que varia entre períodos de remissão e ativação ou seja, quando os sintomas da doença estão afetando a pessoa, o lúpus está em ATIVIDADE, quando os sintomas são controlados, a doença entra em REMISSÃO. Como uma montanha russa que sobe e tira nosso fôlego e depois estabiliza.
Muitas pessoas confundem remissão com cura, o que não é verdade, pois infelizmente AINDA não temos a cura para o lúpus. É preciso ficar atenta nos períodos de remissão e manter o acompanhamento médico e exames regulares. Mas não precisa excesso de vigilância porque isso também pode ser desconfortável emocionalmente.
APROVEITE quando o lúpus “dorme” para renovar suas forças e mantenha o autocuidado.
Marca aqui quem você deseja que entre em remissão do lúpus para sempre!
A maioria de nós já vivenciamos isso em algum momento da jornada.
Vontade de largar tudo e parar com os medicamentos, não ir as consultas, não fazer exames, colocara cara no sol, o famoso modo Zeca Pagodinho: DEIXA A VIDA ME LEVAR.
Esse é um caminho perigoso e pode nos cobrar um valor alto, inclusive podemos pagar com a nossa vida. Mas é comum sentir isso. O tratamento do lúpus é cansativo mesmo as vezes. Nessas horas é preciso aprender a descansar e NÃO DESISTIR.
Não desista de você! Você vale muito!
Um diagnóstico não é o fim da jornada. Pode ser o começo de um novo caminhar.
Um caminhar mais consciente de si e do outro. Um caminhar com mais sede e fome de vida.
Entenda que mesmo uma doença crônica com todas as dificuldades impostas a nós pode também nos trazer um outro significado para o nosso existir e também para a vida das pessoas que nos cercam.
Isso não é otimismo cego, é só um outro jeito da gente enxergar, saiba que se os nossos olhos forem bons, todo nosso corpo terá luz.
Formação
pela Universidade do Estado da Bahia, 2018;
pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, 2018;
pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, 2013.